O Cais do Valongo é um antigo cais localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, entre as atuais ruas Coelho e Castro e Sacadura Cabral.
Construído em 1811, foi local de desembarque e comércio de africanos escravizados até 1831, com a proibição do tráfico transatlântico de negros. Durante os vinte anos de sua operação, entre 500 mil e um milhão de escravos desembarcaram no cais do Valongo.
Entre 1850 e 1920, a área em torno do antigo cais tornou-se um espaço ocupado por negros escravos ou libertos de diversas nações – área que Heitor dos Prazeres chamou de Pequena África.
Em 1831, o tráfico transatlântico de escravizados foi proibido, por pressão da Inglaterra, e o Valongo foi fechado. Os traficantes passaram, então, a fazer o desembarque em portos clandestinos.
Em 1843, foi feito um aterro de 60 centímetros de espessura sobre o cais do Valongo para a construção de um novo ancoradouro, destinado a receber a princesa Teresa Cristina, futura esposa de D. Pedro II. O cais foi então rebatizado ‘Cais da Imperatriz’. Mas este também acabaria por ser enterrado em 1911, durante a reforma urbana empreendida pelo prefeito Pereira Passos
Em 2011, durante as escavações realizadas como parte das obras de revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, foram descobertos os dois ancoradouros – Valongo e Imperatriz -, um sobre o outro, e, junto a eles, uma grande quantidade de amuletos e objetos de culto originários do Congo, de Angola e Moçambique. O IPHAN e a prefeitura do Rio de Janeiro elaboraram um dossiê para a candidatura do sítio arqueológico do cais ao título de Patrimônio da Humanidade da Unesco.
Considerando sua importância histórica para a comunidade negra do Rio de Janeiro e do Brasil, esta região, em 2015, passou a ser incluída na luta por Reparação, com proposta de revitalização da área e a legalização da propriedade em favor dos habitantes de seu entorno – Morro da Conceição, Morro da Providencia e Morro do Pinto – como locais de residência dos descendentes de africanos escravizados, berço das tradições de fé de matriz africana e de origem do Lundu, do Maxixe e, posteriormente, do Samba.
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