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Literatura

Rute

Perfume o ar Doirando o chão Se faz garoa Chovem rosas de ilusão (Royce do Cavaco)  Que é o amor? Muitas vezes nos perguntamos, seja para avaliar nossos próprios atos e omissões, seja para saber se em algum momento da vida fomos verdadeiramente amados. Se teremos sido queridos apenas pelo prazer sexual que proporcionamos, pela segurança material que representamos ou …

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Rebeca

Assim, se passaram dez anos Sem eu ver teu rosto Sem olhar teus olhos Sem beijar teus lábios Assim, foi tão grande a pena Que sentiu minh’alma Ao recordar que tu Foste meu primeiro amor                                                  (Rafael Hernández/Lourival Faisal) No decorrer de nossas vidas, nem sempre conseguimos diferenciar o transitório do permanente. O tempo, que a tudo relativiza, deixa em …

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Diários de Havana I (1)

(1) Cães de Havana Parece nome de filme, mas é cachorro mesmo. Saio cedo para a caminhada diária pelo Malecón. Vou sempre por uma rua mais esburacada que as outras, com umas poças de esgoto e cocô de cachorro atravancando as calçadas. Subo no sentido da estátua do General Maceo, no final da pista. Não sei por que as pessoas …

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Diários de Havana I (2)

(2) Calles e Ruas Vim de volta. Um pesteadinho veio latindo atrás do outro. Passou perto de mim bufando. Não me deu muita bola. Foi aí que vi o grafite, na parede descascada da esquina. Escrito claramente: Edite es lo máximo. Deve ser alguma Edite especial, cubana, das de boa safra, porque convivi intimamente com uma, xará desta, que não …

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Diários de Havana I (3)

(3) Old Fashioned Style Tenho um amigo em Brasília que é especialista em boteco. Melhor dizendo, bares e restaurantes. E em tudo relacionado: garçons, bebidas, charutos, comida… Pois ele ia se esbaldar aqui em Havana. O que mais tem são bares e restaurantes no velho estilo dos anos 40, 50… Herança de um tempo em que os escritores moravam em …

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Diários de Havana I (4)

(4) Tânia Rum Fomos à casa de Tânia. Eu e Vitória. Beco com umas trepadeirinhas floridas, puxado na lateral do caminho e varanda com vasinhos de violeta e samambaias anãs. Do lado de dentro, balcão com garrafinhas, uma balança e dois garrafões. Romélio se referira a ela, cavilosamente, como uma marginal periférica (nunca vi marginal central…). Bem, a observação podia …

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Diários de Havana I (5)

(5) ESBU   Acabo de chegar. Entro no Centro Histórico (Casco Histórico, Plaza Vieja, algo assim, ainda não sei bem onde estou) e que vejo? Uma escola primária. Ou pré-primária. Ao lado de um restaurantezinho sofisticado. Bom, já gostei. O saber junto ao prazer.. Sem contar que muitos dos antigos prédios coloniais encontram-se ocupados; com calcinhas, lençóis e camisetas pendurados …

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Diarios de Havana I (6)

 (6) Tradable e não tradable O cubano chama o peso conversível, CUC, de dólar. Bom, quando a taxa era de um pra um até que dava. Agora não. Valendo 20% mais, o cara dá o preço em CUC e quando você paga em US$ ele fica puto. Ainda não entendi bem o critério do governo sobre o quê deve ser …

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Diários de Havana I (7)

 (7) Si, Mi Sueño   Adoro a maneira como as mulheres me tratam aqui. Mi amor, mi vida, mi sueño, mi cielo, cariño, mi delícia…. Da primeira vez houve um certo desentendimento: para fugir ao calor, entrei numa pracinha bastante arborizada, ali entre Mercaderes e Ofícios, e pedi permissão a umas coroinhas pra sentar no banco. A do meu lado, …

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Diários de Havana I (8)

(8) Victória     Quando falei ao Mário que pretendia ir a Cuba e andava meio enrolado, sem saber por onde começar, disse-me que era imprescindível contactar Vitória. Deu-me o e-mail e imediatamente as coisas passaram a rodar legal. Literalmente. Casada com Romélio, mãe de Ingris, economista do INIE – Instituto Nacional de Investigaciones Económicas, tinha conhecido Mário num congresso …

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Diários de Havana I (10)

(10) Partagás: “A Fábrica” Fui à Partagás. Não gosto muito de visitar fábricas, mas uma de charutos é imperdível. Tem lá seus horários para visitas, com um guia em espanhol e outro em inglês. Perguntei se havia em português. Negativo. Acabei “escolhendo” inglês, já que minha disponibilidade de tempo nunca coincidia com os horários em espanhol. Paga-se dez dólares, sem …

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Diários de Havana I

(12) Livan             Quando cheguei a Cuba, fiquei no Hotel Los Frailes. Muito legal. Era um antigo convento, com suas fontes, trepadeiras, adegas… Os apartamentos são as mesmas celas que foram habitadas pelos frades no século XIX. Só mesinha, cama de madeira escura, um criado mudo, candelabro com lâmpadas simulando velas e uma banheira que parece ter sido a mesma …

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Diários de Havana I

(13) Orelves                             Assim como o truco em Beagá, dominó em Brasília e porrinha no Rio, o jogo de xadrez, em Cuba, é do povo (ah, é como a Praça Castro Alves, em Salvador). No terminal de ônibus da Rua São Lázaro, todo enfumaçado, entre engraxates, vendedores de livros usados e de refresco com sanduba de presunto/soja, …

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Poesia e Luta

LEPÊ CORREIA Nego Afoito Podem me chamar de tiziu Toco preto ou azulão Toco de lenha queimada Me chamem de tisna ou tição De nego da alma preta Fazedô de confusão Podem dizer que sou feio (Macaco não perde não) Sou escuro que nem breu Sou parente de carvão Que a minha alma é suja Que nem a alma do …

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Encontros com pessoas notáveis

Ao longo da minha vida, e lá se vão 66 anos, encontrei algumas pessoas notáveis. Não quero dizer com isto, car@ leitor@, que você também não seja notável. As que apresento a seguir, entretanto, possuem o simples requisito de que, além de me impressionarem pelas várias qualidades que possuem (ou possuíam), qualquer jornalista ficaria feliz de conseguir entrevista exclusiva com …

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Marthe

    MARTHE     Toda memória encontra seu destino  (Lacan)   I O Princípio Antigamente, na África Central, quando se conhecia uma pessoa poderosa – do Bem ou do Mal – costumava–se matá-la e preparar com a carne uma moqueca bem caprichada, a ser comida por aqueles que desejavam incorporar o poder. Hoje, acabou-se o costume. Tentou fixar o …

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Sobre carnaval … e futebol

Sobre carnaval … e futebol Eustáquio Lawa Lima Barreto, em crônica de fevereiro de 1920[1], relata o recebimento do seguinte telegrama: Belo Horizonte, 13 (Serviço especial da A Noite) — A Liga pela Moralidade oficiou ao chefe de polícia, pedindo-lhe que proíba às bandas de música, que vão tocar nos coretos da Avenida Afonso Pena, durante o carnaval, a execução …

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